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quinta-feira, 9 de outubro de 2025

O que aprendi com Um Sonho de Liberdade


Uma história de amizade (e esperança)

Acabei de assistir ao filme: Sonhos de Liberdade. E, na verdade, fiz isso, pois fiquei curioso sobre quais são os melhores filmes e por que são considerados os melhores.

Uma rápida busca no Google (sim, ainda sou o cara que pesquisa e usa a Wikipédia em vez do hype da IA) e me deparei com uma lista dos cem melhores filmes da história, segundo o IMDb.

Tomei fôlego, criei coragem e decidi que vou percorrer essa lista para ter minhas próprias conclusões e opiniões. Uma coisa é ler sobre algo. Outra, completamente diferente, é sentir e ver a obra em si.

CONTÉM SPOILERS! (Mas você já esperava por isso, não é?)


Injustiça (a acusação)

O filme começa com uma injustiça baseada em uma inverdade, ou meia-verdade, assim como aconteceu no caso O.J. Simpson. O personagem principal é acusado de ter cometido o crime brutal de assassinar a esposa.

Assim sendo, todas as provas e evidências levam a crer que ele é o culpado. Uma vez julgado, ele é enviado para a prisão.

Isso me faz pensar sobre a icônica estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal. A Justiça é cega, por razões que todos conhecemos, mas talvez não devesse ser. Contudo, a imparcialidade total é algo (infelizmente) improvável.


Como surge uma amizade

O personagem principal logo é introduzido à sua nova rotina e vida e aprende que a vida na prisão não é fácil.

Logo de início, ele enfrenta “desafios físicos” e então entende que precisa da coisa mais importante para o ser humano: associar-se.

Somos o que somos e chegamos aonde chegamos por andarmos em bando, em grupo. Só nos desenvolvemos porque lapidamos essa habilidade e nos tornamos a espécie dominante.

Para se salvar e ter um respiro, o protagonista logo faz uma amizade com Red (interpretado por Morgan Freeman). Obviamente, ninguém na prisão chega e diz: "Olá, quero ser seu amigo. Topa?".



Mas, sendo sincero contigo, toda amizade é forjada com base em trocas: tempo, energia, recursos, conhecimento, acesso e por aí vai. Toda amizade começa, se mantém e perdura pela qualidade e quantidade das trocas envolvidas. E assim, uma grande amizade nasceu…

Propósito 

Seguindo adiante, o que mais me marcou foi a ideia de que:

“Todo homem precisa de um significado na vida.”

Isso é tão verdade na prisão quanto na vida. Esse é um dos ingredientes mais poderosos para qualquer pessoa: propósito. Encontrar o seu propósito!

Poderíamos passar horas falando (ou escrevendo) sobre isso. Contudo, ele assume para si o propósito de organizar, melhorar e ampliar a biblioteca da prisão.

Esse é um objetivo muito bonito. O que se pode dar a homens que estão desolados, sem liberdade e sem esperança? Conhecimento!

Eu não faço ideia de como funciona uma reabilitação, mas, certamente, ela deveria começar mudando as pessoas de dentro para fora. E o que seria melhor para isso do que música, livros e educação?

Nosso protagonista, com seus olhos azuis e ar de financista, toma isso como sua missão de vida. E assim o faz.

Perda e aumento da fé

Em um dos incidentes na prisão, nosso protagonista tem sua fé testada. E, cara… Isso foi vital para ele e para a narrativa do filme.

Uma notícia o leva à beira da loucura. Ele se perde, interrompe sua linha de raciocínio quase impecável e, em um ato de pura humanidade, quase arruina toda a sua obra, mergulhando em um mar de sentimentos vorazes que o consomem.

Mas podem tirar tudo de um homem, menos a sua fé, a não ser que ele mesmo acredite que a perdeu. Viktor Frankl escreveu algo semelhante em seu brilhante livro.

O herói cumpre sua jornada 

Todavia, todo herói precisa completar sua jornada, e o nosso prisioneiro de número 37927 está a um passo de cumprir a sua.

Em uma das reviravoltas mais inteligentes que já vi em um roteiro, o filme nos leva brilhantemente a pensar uma coisa. E, quando achamos que entendemos tudo, ele faz uma mudança abrupta de direção, de forma ímpar e genial.

Esperança de dias melhores (o propósito)

Certamente há muito mais significado incluso neste roteiro brilhante, com cortes de cena e uma filmografia de causar inveja até nos maiores adeptos de efeitos especiais.

Deixando de lado a quantidade de adjetivos que usei, quero enfatizar algo que me chamou muita atenção no final do filme. Existe uma clara mensagem sobre o quanto um propósito pode ter significado para um homem e como a paciência e a persistência para alcançá-lo podem nos levar a feitos inimagináveis.

O que aprendi

Celular no modo avião, pipoca e uma garrafa d'água (sim, prefiro água a refrigerante, e com um toque de tempero na pipoca). Pegue um chocolate também e dê o play! O filme tem a maior nota do IMDb por um motivo.

Decerto que amizade, companheirismo, a importância da educação (representada pela matemática e pela leitura) e, acima de tudo, a liberdade de pensamento foram as lições que mais ficaram marcadas em minha mente pós-filme.

O que você está fazendo agora? Pare tudo e dê o play. Eu assisti pela HBO, mas escolha onde preferir e depois me diga o que achou. Até breve!