Trabalhar mais ou trabalhar inteligente?
Eu cresci em uma família de classe média baixa. A vida foi difícil nessa fase. Dinheiro contado para tudo. Alimentação razoável, educação ruim, lazer escasso e os supérfluos nem eram cogitados.
Assim sendo, eu tive que procurar uma forma de fazer meu próprio dinheiro. Naturalmente, com 16 anos eu já tinha o primeiro carimbo na minha CLT.
Desde sempre cresci com aquela estória de que para dar certo na vida. Eu deveria trabalhar duro e etc. Mesma coisa de sempre. No entanto, sempre questionei e cogitei outros caminhos.
Desde criança sempre fui questionador.
Não é possível que em uma sociedade de homens livres. Só exista uma opção para tudo.
Portanto, como os exemplos que tinha em casa e na rua. Executei o tal trabalho do duro. 5 anos depois, eu tive um burnout… Stress, insônia e ansiedade eram meus companheiros fiéis.
Eu trabalhei em restaurantes por muitos anos. E, posso te afirmar. Que em todos esses anos foi Deus quem cuidou de mim. O que eu vi de pessoas que se renderam as drogas, depressão, álcool e cigarro. Não está escrito no gibi.
Seja como for, eu queria muito sair daquele meio. Detestava com todas as forças. Mas, em 2011. Para um jovem negro de classe média, com educação pública e sem recursos. Havia dois caminhos: Faculdade ou Concurso Público.
Fiquei muito, muito pensativo sobre. Faculdade era algo muito caro na época (e segue sendo até hoje) e pouco viável. Não havia essa flexibilidade de conseguir um financiamento como hoje. Concurso público exigia horas e horas de estudo. Como fazer isso se mal tinha dinheiro em casa?
Logo, optei pela tão subestimada e custosa faculdade. O curso escolhido? Engenharia de produção. Era o tema quente da época. Pré copa do mundo e olimpíadas. Precisava-se de engenheiros.
Não deu certo. R$857 de parcelas mensais eram muito caras para um jovem garçom pagar. Se, eu fosse adiante com o curso. Quanto seria a parcela do quinto período? E, no último?
Será que realmente a classe média está ficando rica se esforçando?
Tenho minhas dúvidas. Particularmente, posso te afirmar que nenhum dos pais dos meus amigos aumentou muito sua fortuna trabalhando. Mas, essa é minha realidade. A sua pode ser diferente.
Todavia, eu presenciei o contrário. Inflação cada vez maior e o poder de compra cada vez menor. A cada ano que se passou, eu vivi e vi o dinheiro sendo desvalorizado. Cada ida ao supermercado, o volume do carrinho de compras caiu.
Trabalho duro, o mito
Trabalho duro, o mito…
Embora todos gostem de acreditar (ou iludir) que é só fazer o que eles não fazem que você chegará lá. Eu acredito que isso tudo depende de muitas variáveis que não se pode controlar.
No meu caminho, vi muitas pessoas se formando em cursos diferentes na faculdade e não conseguindo exercer sua profissão. Tão pouco, se sustentar com ela.
Salve excessões, as pessoas que “deram certo” ao meu redor com concurso e/ou faculdade. Tiveram investimentos feitos pelos pais durante uma vida toda.
Contudo, uma amiga do meu avô. Que trabalha em escola pública disse uma coisa interessante:
“.. -Os pais não investem nos filhos. Por isso, estamos como estamos…”
Aquilo bateu como uma marreta na minha mente. Simplesmente pelo óbvio fato que quem investe nos filhos. Aumenta a probabilidade do mesmo de suceder. Veja bem, não digo que vai ser garantia de sucesso. Mas, o ambiente e as pessoas. Moldam e formam o ser.
Sendo assim, percebi que eu mesmo tive zero investimento. Portanto, fiz dupla força para conseguir tudo o que consegui.
Conta de classe média
Carro em 36x, apartamento em 320x, geladeira em 12x, celular em 10x. Essa é a conta que a classe média fazia no passado. Eu disse fazia. Porque hoje em dia. Não faz…. Só olhar o número de endividados no Brasil…
A frase mais comum em casa foi:
-Não temos dinheiro para isso.
Quando se é criança, você aceita. Mas, continua pedindo. Quando se é adolescente. Para de perguntar. Nossos pais fizeram tanta dívida e comprometeram tanto o salário deles. Que realmente, era quase impossível investir em você...
Contudo, conheço muitas famílias que nem isso fizeram. E, não vão deixar nada além de um sobrenome e fotos impressas….
Logo, meu caro telespectador. Eu queria muito sair daquele limbo. Comecei a trabalhar com 16 anos, com 18 primeiro burnout, com 21 o segundo, com 23 o álcool era um companheiro e com 27 a ficha caiu.
Era necessário parar, respirar e refletir sobre tudo.
“Não há o que faça os homens se tremerem mais do que o ato de ficar sozinhos e pensar por conta própria.”
Deve ser por isso que filosofia foi excluída da grade escolar pública… (Eu ainda tive a oportunidade de fazer alguns anos de aula.) Isso mudou muito para mim lá na frente.
Pare, respire e pense
Com 27 anos eu estava infeliz e precisava tomar um rumo. Passei aquele ano todo refletindo. Já tinha tentado coisas de internet: Facebook, Instagram, YouTube, Esse blog e mais um algumas desventuras em série.
Era tudo lindo de começo, áspero durante e amargo no final. Faltava planejamento, guarde bem essa palavra!
Muito impulso e pouca precisão. Um dia, os caminho da vida me fizeram comprar um curso no Udemy. O curso era ruim, pedi reembolso. O reembolso veio em forma de crédito. Pesquisei e achei legal um curso da AWS.
O que eu sabia de programação? Nada! Eu gostava? Amava, mas não entedia nada.
Portanto, quando pesquisei o que era AWS. Eu percebi que era algo que podia mudar minha vida. Fiz um planejamento e comecei a estudar.
Então, me ferrei denovo. Javascript? O que é isso? Muitos conceitos e pouco conhecimento do conteúdo base.
Volte duas casas
Tive que estudar a base para conseguir o certificado. Decidi fazer curso técnico de desenvolvimento de sistemas. Veja bem pessoal, eu estava trabalhando em restaurante na época (para variar).
Porém, eu tinha uma vaga ideia de como sair daquilo. Eu ficava repetindo para mim mesmo e para quem quisesse ouvir:
“-Vou criar um negócio on-line, escalável e multilíngue. Não faço ideia como. Mas, vou conseguir!”
Sofri muito no processo. Tive que estudar muito, trabalhei bastante, imprevistos de vida surgiram, a vida mudou o curso. Mas, segui com fé em Deus.
Hoje, estou aqui, escrevendo isso para compartilhar com você. Tenho meu negócio on-line exatamente como premeditei. Porém, tudo com base nos estudos. E, no investimento em mim mesmo.
Como sair disso tudo?
Cada um tem um caminho, uma jornada e uma história diferente. Difícil comparar. A primeira lição que quero deixar é sobre resiliência.
Acredite em mim, quanto você pede algo a Deus. Ele dá, mas antes ele te testa. Se, sua fé não for forte. Vai sucumbir.
Eu passei anos investindo em ações, fii, stocks, forex, bitcoin, criptomoedas só para entender que o maior e melhor investimento é você mesmo.
Conselho: Até chegar no primeiro milhão. Todo seu dinheiro deve ser investido em você. Do jeito que achar mais prudente. Eu paguei R$857 mensais de faculdade. Comprei um curso na Udemy de R$19,90 que mudou minha vida.
Não pelo alto quilate do curso. Mas, por onde ele me levou. Você precisa escutar essa voz aí dentro. Esse chamado, sua intuição. Abafe o som e ouça.
Por último. Se una a pessoas boas. Jesus, Ghandi e Ben Franklin só fizeram o impacto que fizeram. Pois tinham pessoas com eles. Nunca, jamais tente ter sucesso sozinho. Isso é orgulho! Bobagem.
Se, algum dia quiser ser bem sucedido. O que quer, que isso signifique para você. Vai precisar estar cercado de pessoas que te ajudem. Eu só consegui vencer na vida. Pois, muitas pessoas foram “colocadas” no meu caminho. Na hora certa, no momento exato.
Em suma, se quiser sair desse limbo. Foque em duas coisas:
Investir em si mesmo.
- Estudar de forma séria.
Por esse texto é isso e até breve!
Victoria Concordia Crescit